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FOTO ILUSTRADA |
Eu, afogadense, pernambucano, cidadão brasileiro, nascido em 1984, diante de uma nota de repúdio vinculada pela AMPPE na imprensa, referente à manifestação pacífica realizada no dia 15 do mês de maio, dentro da legalidade e conforme estabelecido na Constituição Brasileira em seu Artigo 5º, inciso XVI, que diz“todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”. Repudio tal nota, que tem por característicasdesacreditar e marginalizar ainda mais, as pessoas queparticiparam de um ato pacífico e democrático garantido na Constituição brasileira.
Apesar da infeliz nota, referir-se a duas questões, da poluição sonora, como se este fosse o único seguimento envolvido ou o único que mereça entrar em discussão, e sobre a imprensa por “conteúdo equivocado de algumas informações”, querendo desmerecer uma, se não, a única forma do povo ser ouvido, a imprensa.
A nota ainda afirma que “tais medidas estão sendo aplicadas em todo o estado de Pernambuco e são frutos de parceria entre o ministério público, o estado de Pernambuco (Secretaria de defesa social) e o Poder Judiciário”, órgãos que assim como sabemos tem seu poder central localizado na capital e estabelecem suas leis com base em eventos da mesma, não preocupando-se em verificar a aplicabilidade da lei em locais menores, como Afogados da Ingazeira, por exemplo.
Em mais um parágrafo lê-se “Essas ações de caráter institucional, entre várias outras de igual relevância, vêm sendo desenvolvidas pela Instituição em todo o Estado, sempre com o apoio das demais instituições envolvidas e da sociedade”, não entendo como afirmam apoio da sociedade quando tal nota repudia integrantes desta sociedade, inclusive referindo-se a estes como ignorantes ou marionetes, quando afirmam que foram levados por pessoas mal intencionadas.
E a Constituição Brasileira, carta magna do país no inicio do Artigo 5º diz “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza [...]” então esperamos esta igualdade, tanto no tocante ao cumprimento e/ou abrandamento da lei, como sua execução em todo o território nacional.
Logo, eu cidadão pernambucano, ao tempo que repudio a nota de repúdio com seus termos no mínimo equivocados, reitero minha insatisfação com o órgão que deveria representar-me, como cidadão pernambucano que sou, mesmo porque acredito que apenas dois tipos de pessoas não compreendem a amplitude dos fatos que acontecem no município: os ignorantes de terno e gravata, que não conhecem a realidade social da região (e isto ficou claro no pronunciamento feito à imprensa, onde ao menos sabia-se o gentílico do residente em Afogados da Ingazeira, e que não é ingazeirense) e os omissos, que sabendo da realidade social e não se pronunciam em favor do povo.
Reforço minha crença na liberdade prevista na constituição com um trecho, “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença” e acredito que não cometo crime quando uso as mesmas armas dos opressores.
William Tenório
O ignorante
Fonte: Blog do Luiz Carlos